terça-feira, 25 de julho de 2017

Voltar às raízes


Esta altura do ano tem sempre o dom de me fazer voltar às raízes. De me permitir estar com quem não estou há muito. Rever pessoas de outras vidas. Acordar muitos neurónios. Reavivar lembranças já esbatidas. Voltar a pôr cor em muitas memórias.

Há um tempo atrás li que nem fazemos ideia do quanto somos. De todas as nossas formas e facetas e do muito que fazemos ou somos na vida de outros. Nesta altura do ano fico sempre com essa sensação, a de ter vivido já muitas vidas. A de existir muitos pedaços de Eu na vida de outras pessoas.

Nalguns casos são reencontros planeados, outros agendados de ano a ano. Alguns são totalmente inesperados, ocasionais. Umas óptimas surpresas que proporcionam tanta alegria. Fluem as conversas, as memórias, as desculpas por ausências tão prolongadas que a vida vai forçando e o curso das vidas proporcionando. E nós vamos na corrente. É difícil contrariar estes cursos de vida em todas as frentes. Não há tempo que chegue para abarcar tanto.

Noutros casos são olás fugazes com grandes sorrisos e/ou um piscar de olhos. A ocasião não permite mais conversa, mas fica a certeza que se gostou daquele pequeno reencontro, que ambos nos lembrámos da nossa convivência de há décadas. 

É um aconchego no coração. É bom voltar às raízes e saber que elas estão lá - sólidas e vivas -, mesmo que os novos ramos da vida me tenham levado para longe.

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